Especialista explica o que deve ser mudado e aprimorado para que os resultados sejam cada vez maiores
Só para se ter uma ideia da evolução, apenas nos Jogos Olímpicos de 1932 competiu a primeira mulher brasileira, a nadadora Maria Lenk. Já nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, eram 209 delas representando o País. Mostrando que a mulher pode, mais uma vez, superar os preconceitos e os temores de uma profissão efêmera e fazer história, comenta a Dra. Karina Hatano, médica de exercício e do esporte.
A especialista explica que há diferenças sim na fisiologia de homens e mulheres a serem respeitadas e observadas, mas que é equivocado fazer essa comparação de maneira negativa.
A mulher, por exemplo, tem menos glóbulos vermelhos (que transportam o oxigênio), menos massa muscular e coração e pulmões menores, quando comparada ao homem. Mas é fundamental não subestimar o desempenho feminino por conta dessas e outras peculiaridades, que podem nos proporcionar melhores resultados, reforça.
Na ginástica artística e patinação, em razão do tamanho e da leveza, a mulher leva vantagens, enquanto que na natação possui melhor flutuabilidade.
TREINO NO BRASIL E NO MUNDO
No exterior é comum os treinadores não fazerem distinção alguma de gênero entre os atletas, e forçar do mesmo modo homens e mulheres. No Brasil, uma parcela de profissionais pensa da mesma maneira.
Há ainda aqueles que treinam de maneira mais leve o sexo feminino, por considerá-lo frágil. E assim, infelizmente, não dão os estímulos necessários dos quais a mulher tem total capacidade para aguentar. Não recebendo os estímulos adequados, não chega ao alto rendimento necessário.
Para Karina há que se observar as diferenças e características femininas, mas no sentido de evitar alguns males. Em contrapartida, é possível exigir e estimular bem mais do que muitos técnicos fazem hoje e, assim, conseguir a evolução cada vez maior do desempenho no esporte.
Assim sendo é necessário conhecer a mulher, suas particularidades, saber sobre tensão pré-menstrual, planejar exercícios e ajustá-los para as características físicas, apresentar treinamento adequado, incluindo o nutricional, porém, jamais subestimar a capacidade feminina do esporte.
É imprescindível adequar a carga, dar atenção não especial mas necessária, com atividades planejadas, não menosprezar e ao mesmo tempo saber valorizar as diferenças, conta a médica.
E a história vem demonstrando que podemos estar em qualquer pódio
Até esportes predominantemente masculinos vêm mudando, paulatinamente, a aparência.
O MMA é a sigla em inglês para Mixed Martial Arts, ou seja, Artes Marciais Misturadas. Com participação até poucos anos principalmente de homens, de um tempo para cá as mulheres começaram a mostrar a que vieram.
Conseguiram melhoras no tratamento das organizações, mas ainda vivem com menos patrocinadores voltados aos combates.
Mesmo assim, elas não desistem e mostram que, aqui também, podem ter algumas vantagens. Temos força, agilidade, explosão, coordenação física completa e resistência para o esporte, bem como grande poder em pensar a estratégia de luta, explica Karina.
O futebol feminino também vem ganhando mais e mais visibilidade e inclusive nesse caso nossas habilidades são bem necessárias: somos multitarefas. Sabemos fazer diversas coisas ao mesmo tempo, conseguimos dominar a bola, observar a defesa, o meio de campo, o ataque… enfim, jogar e pensar a partida como um todo, finaliza.
Resumindo, a mulher é capaz de tudo, basta querer e ser bem orientada para atingir os seus objetivos.