Documentário Everest Sustentável

Documentário Everest Sustentável

Me considero uma pessoa privilegiada já que descobri na aventura uma forma de viver e trabalhar. Em 2013 eu tive a oportunidade de ser a gestora de um projeto focado na escalada do Monte Everest.

Ali, naquele momento eu pensei e coloquei como meta: Com 30 anos, eu vou realizar a trilha até o acampamento Base do Everest no Nepal. Esse seria o meu presente! Em 2018, junto com um grupo de amigas eu decidi planejar a viagem.

A data já estava marcada e o sonho seria realizado em outubro de 2019. A partir dali eu começava a minha saga Everest! Foram muitos treinos, novos hábitos e muita disciplina, pois eu sabia que não era uma trilha qualquer, e sim a mais alta e desafiadora do mundo.

Até o momento era para ser apenas uma viagem de “férias”, quando meu amigo e ambientalista Caio Queiroz decidiu trazer um significado ainda maior para a expedição. Por que não realizar uma viagem sustentável? Por que não fazer uma viagem com o menor impacto ambiental possível?

A Montanha mais alta da Terra

O Everest é a montanha mais alta da Terra e muito frequentada por alpinistas de todos os cantos do mundo. Todos os anos, montanhistas e trekkers se deslocam ao Nepal para conquistar o cume ou simplesmente para fazer o trekking que leva ao acampamento base, considerado um dos mais difíceis do Planeta.

No entanto, por trás de todas essas expedições existe um problema pouco falado e mostrado: o lixo. 

Decidimos então, registrar em formato de documentário os impactos ambientais inerentes na trilha do Base Camp, com o intuito de conscientizar os turistas e mostrar que existem soluções e cada um pode fazer a sua parte para conservar, não só o Everest, mas as trilhas no mundo inteiro.

Foram 21 dias de expedição, entre Kathmandu, capital, e Lukla a 2800m de altitude – entrada do Parque Nacional de Sagarmatha – onde se inicia o trekking até o Base Camp do Everest. Foram seis dias de ida e três de volta, percorrendo: Lukla – Ghat – Namche Bazaar – Phortse – Siangboche – Lobuche – Gorakshap – Base Camp a 5400m de altitude. Fizemos o cume do Kalaphatar 5643m com uma temperatura mínima de – 10°C.

O Lixo por trás da Trilha mais Desafiadora do Planeta

Passamos por paisagens belíssimas, pontes suspensas e cenários de tirar o fôlego. Mas podem acreditar, a cada percurso que passávamos, encontrávamos algum tipo de resíduo, entre eles: plásticos (Garrafas pet, papel de bala, pacote de biscoito) vidros e até bitucas de cigarro.

Por ser uma região de grande altitude e difícil acesso, muitas comunidades ao redor do Everest não têm estrutura para descartar corretamente os resíduos e, muito menos, de reciclá-los.

Decidimos bater o recorde de quantidade de bags com recicláveis trazidos durante o caminho para chamar a atenção dos turistas e nativos da região, além de incentivar mais pessoas a tomarem essa atitude. No documentário, são mostradas entrevistas exclusivas do local, além de todos os desafios e cenas emocionantes que acontecem no percurso.

Infelizmente, no último percurso da viagem, eu comecei a sentir o tal “mal da montanha”. Estávamos no lodge em Gorak Shepe (5.164m) inchada e sentindo um leve mal estar devido a rígida caminhada até o cume do Kala Pathar. Insisti na caminhada até o Base Camp mas o meu corpo falou mais alto, muita dificuldade de respirar e dores de cabeça, então eu tive que abortar a trilha.

A maior lição que eu tirei dessa experiência foi que o mais importante é a jornada e não o destino final. A jornada me ensinou que a montanha não usa máscaras e, sem dúvida, me tornei uma mulher muito mais forte. Foi a melhor viagem da minha vida! E em breve voltarei para conquistar novas montanhas na cordilheira do Hymalaia.

A expedição teve também um resultado sócio ambiental positivo levando uma economia de 79% de água, 86,3% de resíduos sólidos e 93% de energia em relação à média mundial”. Sensação de missão cumprida!  

O documentário completo está disponível no Canal OFF clique aqui para assistir.