Cicloturismo:
Desde 2013, o Projeto Giraventura percorre o mundo de bicicleta fomentando não somente a prática de uma vida física saudável através de viagens de bicicleta, mas também compartilhando questionamentos filosóficos para a busca de uma vida plena.
Nesses anos sempre utilizei a palavra “biketouring” para designar o esporte o qual pratico; traduzido ao pé da letra para o português seria: turismo de bicicleta (chamamos também de cicloturismo). Particularmente, sempre achei essa palavra generalizada, então, resolvi pesquisar mais a fundo sua definição.
Comecemos pela definição de turismo, que segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, seria: “viagem ou excursão, feita por prazer, a locais que despertam interesse”. Já ciclo, derivado do inglês “cycle”, refere-se à “designação comum a veículos como bicicleta, motocicletas ou velocípedes, etc”.
Agora pense comigo, se para qualquer viagem que nos propusermos a realizar, é indispensável levarmos malas, entendo que o tamanho delas será proporcional aos dias de descanso, não? Então, se você fosse viajar apenas um dia, certamente não levaria a mesma quantidade de roupas comparada a uma temporada de um mês.
Juntando então esses três elementos, ou seja, bicicleta, quantidade de malas e tempo de viagem, afirmo que o cicloturismo é uma viagem de bicicleta com fins turísticos (aprofunda o conhecimento do local) e com um número de malas que nos possibilitem realizar essa jornada de vários dias, meses ou até anos.
Bikepacking:
Em comentário postado em bikepacking.net (site criado em 2008 e berço do bikepacking), se lê que a palavra bikepacking foi utilizada primeiramente em 1973 quando um artigo de Dan Burden, que hoje lidera a Blue Zones, empresa americana voltada a reinvenções de ruas, bairros e ciclovias em cidades.
Nesse artigo, Dan usaria a palavra bikepacking pela primeira vez, relatando a trajetória dele e da família no Alasca e Montana, nos EUA.
Mas afinal, o que seria bikepacking? Se formos ao bikepacking.net acharemos duas definições, uma curta, definindo-o como um mochilão, mas de bike e, uma longa: qualquer pedalada que inclua um pernoite, passeios ultraleves, offroads e singletracks e longe de veículos automotores.
Como modalidade, há relatos de bikepacking desde o século XIX. Analisando fotos antigas, é possível verificar bicicletas em estradas offroad com pouca quantidade de equipamentos carregados em pequenas bolsas.
Dessa maneira, entendo que o bikepacking é uma modalidade de jornada de bicicleta, que concilia uma quantidade menor de equipamentos aliada a circuitos mais desafiadores e offroad. Teoricamente, o bikepacking percorreria circuitos mais técnicos comparado ao cicloturismo.
Acredito também que essas jornadas não são necessariamente de curta duração, pelo contrário, podem também serem longas, mas necessariamente desafiadoras, como por exemplo a famosa travessia do “Great Divide Route” nos EUA, de 4360 km.
“Menos é mais”! Na minha opinião, essa é a frase que simboliza o bikepacking. Costumo dizer em minhas palestras que o peso é proporcional aos nossos medos. Assim, se você tem medo de ficar doente, carrega mais remédios; se tem medo de passar frio, leva mais casacos.
Afinal, do que você realmente tem medo? Reflita e responda sempre essa pergunta antes de optar pelo cicloturismo ou pelo bikepacking.
Boas pedaladas!